Investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) revelam detalhes sobre os abusos sofridos pela francesa Geneviève Boghici, de 82 anos. A idosa passou fome e chegou a ser ameaçada com faca no pescoço. Ela foi vítima de um golpe aplicado pela própria filha, Sabine Boghici presa na manhã da última segunda-feira, 8, na zona sul do Rio. O prejuízo atinge o montante de R$ 725 milhões em obras de arte, joias e dinheiro. O bando se passou por vidente para enganar a mulher.
Mantida em cárcere pela filha durante um certo período, a idosa conseguiu escapar no ano passado após usar uma chave reserva do apartamento. E denunciou o caso este ano à polícia. Em depoimento, Geneviève Boghici estima que seu prejuízo inicial foi de R$ 724.668.965,85. Desse total, os investigadores recuperaram R$ 303,5 milhões. A idosa é viúva, desde 2015, de um grande colecionador de arte, o Eugenee Boghici, conhecido como Jean Boghici.
Segundo o depoimento, em janeiro de 2020, após sair de sua agência bancária, a idosa foi abordada por uma mulher, que se apresentou como vidente Diana. A suspeita teria lhe informado que a filha da francesa estava doente e morreria em breve. A vítima seguiu com a golpista até o apartamento onde mora, em Copacabana. No local, a suposta vidente jogou búzios e “confirmou o evento trágico”.
A partir daí, a vítima foi persuadida a providenciar imediatamente o pagamento para “salvar” a vida da filha. Assim, diante das previsões anunciadas pelas videntes e considerando os problemas psicológicos enfrentados há muitos anos por Sabine, a idosa resolveu fazer o tratamento espiritual e concordou em fazer os pagamentos solicitados, que se iniciaram em 22 de janeiro de 2020 e se estenderam até 5 de fevereiro de 2020.
Alguns dias após o início do tratamento espiritual, Sabine começou a isolar a mãe das pessoas com quem regularmente convivia, e dispensou funcionários que prestavam serviços domésticos. A situação acabou gerando a suspeita de que o tratamento espiritual seria uma forma encontrada por sua filha, em comum acordo com todos os diretamente envolvidos na fraude, de induzi-la a pagar tais valores exorbitantes em busca da cura de uma doença inexistente. Desconfiada, a idosa suspendeu qualquer pagamento a partir de 5 de fevereiro de 2020.
Com informações do Metrópoles
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